#Intercâmbio: Amor é sonho, companheirismo, caminhar junto e principalmente acreditar

Entre todos os pensamentos do universo, quais eu quase nunca concordo, o que mais me assusta na maioria das vezes, são os pensamentos de casais. Sim. Casais. A ideia de ter uma vida junto, com sonhos individuais não se aplica na grande maioria e, eu realmente, não consigo entender.

Bom, vamos começar do começo, rs. Quando comecei a namorar o João, aliás, muito antes disso, quando ainda éramos amigos, eu já sabia que seu plano, sonho e desejo para depois que se formasse seria fazer um intercâmbio. Viajar. Mudar. Conhecer gente nova. Cultura nova.

E depois que já estávamos juntos, eu percebi que com o tempo a ideia foi amadurecendo e por ‘incrível que pareça’, uma ideia que nunca me incomodou. E as brigas idiotas que já tivemos, nunca foi em razão dessa viagem.

Acontece que o dia está (quase) chegando. Temos menos de 365 dias colados, agarrados e menos de 365 para provar que acima de tudo, em qualquer lugar do mundo e apesar de planos individuais, hoje não há mais vontade de viver só. É o que a gente tenta, pelo menos, mostrar todos os dias para nós mesmos.

Mas acontece que com a viagem chegando, andei conversando com bastante gente sobre isso. Entre amigos, conhecidos, pessoas... E a reação das pessoas me deixa chocada. Cho-ca-da.

Entre todos meus amigos, graças à Deus a maioria me deu respostas positivas sobre o futuro não tão distante, mas por outro lado existe as pessoas que realmente tentam (e quando estou de TPM) conseguem me deixar de cabelo em pé.

As pessoas que acreditam que tudo resultará no fim, que não passaremos por isso e principalmente que não haverá nenhum respeito, realmente não nos conhece. E principalmente não me conhece.

Mas o que mais me assunta na história toda, é o egoísmo claro que cerca o ser humano, o mundo. Olha, contando o meu lado da história, eu digo que não será nada fácil. Pelo contrário, vai ser difícil... Mas não seria egoísmo de mais pedir para desistir? Brigar para desistir? Terminar por não desistir ou então continuar junto pela desistência?

Em minha opinião seria! E a culpa por um sonho não realizado para me agradar iria me atormentar para o resto da vida. E pensando no orgulho que eu já sinto por essa coragem que o meu João tem, coragem que eu não tenho, me fez o empurrar cada vez mais para outro país.

Sou o tipo de pessoa que acredita que ninguém é dono de ninguém, mas que podemos escolher sim ser de alguém. E ser de alguém não é desistir de algo, desistir de profissão, de sonho, de amigo... Ser de alguém é estar junto, acreditar, sonhar junto, caminhar junto, AMAR junto, torcer junto, fazer e realizar junto, ainda que para isso eu tenha que ficar aqui. Ficar aqui e estar lá dentro do coração, na memória, na saudade... Essa saudade que vai doer, que vai machucar, que vai irritar, mas que no fim vai compensar, vai ser gostosa e vai mostrar que o companheirismo vence. E quem acredita, confia, ama e torce, vence também.

Fazendo um balanço geral, prefiro acreditar no meu jeito de pensar. Prefiro acreditar que ele é real, existe e vai dar certo, pelo menos farei de tudo para isso acontecer...