Da série: ''Por que você quis ser jornalista?"

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


Quando contei aqui em casa que queria fazer jornalismo, ninguém me levou muito à sério, rs. Era muito novinha, acho que não tinha nem meus 16 anos. E até hoje, eu não sei de fato porque escolhi essa profissão, esse estilo de vida. 

Na infância, as brincadeiras preferidas eram aquelas que tinha papel, caneta e lápis de cor. Quase não ligava muito para boneca, raramente me importava em brincar com todas as poucas - umas 20 - que tinha em casa. 

Mas acho que o ponto de partida para o jornalismo, foi no final do Ensino Fundamental. Na semana "profissões", aprendemos todos os dias sobre alguma coisa. Inclusive o jornalismo. Me encantava aquela história de ser alguém importante para o mundo, ser quem passa a informação. Foi quando contei pra minha mãe e ela "pouco acreditou", mas me deu a maior força (mesmo querendo que eu fosse dentista!).


Cobertura da Manifestação em Campinas - 2013
Quando fui fazer um curso profissionalizante, no Senac, contei para todos que gostaria de fazer jornalismo. Ali foi minha primeira resposta positiva. Minha professora Sueli leu um texto meu, me pediu para apresentar algo e me disse que eu realmente teria chances ou que pelo menos deveria tentar. 

Já no Ensino Médio, sustentei a ideia e não desisti. Até que chegou o dia de entrar na faculdade. O tão sonhado o dia. Bati o pé aqui em casa e disse que gostaria de estudar comunicação. Conversei com alguns primos, também jornalistas, e estes me disseram para pensar bem. Afinal a profissão é desgastante. Mas era fácil notar o brilho em cada olhar. 

Entrei pra faculdade e me apaixonei. Estou quase me formando e não vou desistir. Confesso que quando ingressei no curso, tinha em mente escrever apenas sobre esporte, o meu amado futebol. Mas já no segundo ano de curso, fui parar na redação do Correio Popular (chance maravilhosa, onde conheci pessoas que ficarão para sempre na minha lista de amigos). Lá entendi que eu tinha que escrever sobre o que me pediam e precisavam, pelo contrário: rara vezes eu iria falar sobre o futebol.

Adorei meu primeiro emprego como jornalista. Tive a oportunidade de aprender muitas coisas a participar de muitas coisas e entendi porque todo jornalista é meio louco: porque toda redação é um hospicio. A cada dia que eu via a evolução, sentia mais prazer em escrever, ouvir histórias, contar. 


Entrevistando o Paulo André 
Hoje já mudei de emprego e passo pela minha segunda redação da vida. Completamente diferente. Agora eu trabalho no jornal impresso e no Correio passei pelo jornalismo de web e as videos-reportagens. Hoje, minha rotina é diferente e percebo todos os dias, que tenho mais e mais pra aprender.

Não há respostas para a pergunta "por que jornalismo". É jornalista quem gosta, quem nasce pra ser. Jornalista trabalha de domingo á domingo e vibra com uma manchete, com uma foto, com uma boa matéria. Ganha pouco. Trabalha muito. Tem que estar sempre atualizando e sabendo de tudo um pouco.

É verdade. Não é fácil, é corrido, é complicado. É uma raça difícil de lidar, mas hoje com toda certeza, é a raça da qual eu faço parte. 


Ser jornalista é ser meio ator, meio médico, meio advogado, meio atleta, meio tudo. É até meio jornaleiro, às vezes. Mas, acima de tudo, é orgulhar-se da profissão e saber que, de uma forma ou de outra, todo mundo também gostaria de ser um pouquinho jornalista


Sou jornalista sim, e dai?

Virgínia Alves 

3 comentários :

  1. Eu não sei se é possível alguém ser mais jornalista que outras, mas tenho certeza que você é uma das pessoas mais jornalistas que eu conheço. Não consigo te imaginar longe do jornalismo ou fora de uma redação. :)

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  2. Jornalistas com muito orgulho, com muito amor.
    Não é uma profissão, é um estilo de vida!

    P.S.: Dentista???? huauhauhahuhuahuahu

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  3. Como colega da área acho que todo mundo se descobre jornalista como aconteceu com você...

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